Living Stones (Guyana)

Rituais funerários

Sábado, 11 de abril de 2020
Rituais funerários

João 19:40
“Os dois homens pegaram o corpo de Jesus e o enrolaram em lençóis nos quais haviam espalhado essa mistura. Era assim que os judeus preparavam os corpos dos mortos para serem sepultados.”

Enquanto escrevia isso ontem, Sexta-feira Santa, o número global de mortes por esse novo coronavírus conhecido como SARS Caronavirus-2 ultrapassou o sombrio marco dos 100.000. Nos Estados Unidos, o número total de mortes está se aproximando a 20.000. E no marco zero, em Nova York, o COVID-19 já causou 5.700 mortes na grande maçã. O estado de Nova York tem mais casos de COVID-19 do que qualquer país do mundo.

Normalmente, cerca de 12 pessoas morrem em Nova York, que não são reclamadas, são enterradas a cada semana em Hart Island usando trabalho de encarcerados. O COVID-19 aumentou esse número para pelo menos 12 por dia. Isso significa 12 pessoas enterradas todos os dias sem o lamento familiar ou mesmo um ritual de sepultamento qualquer. Embora ainda existam alguns funerais regulares, em todo o mundo tivemos que interromper muitas das tradições e rituais em torno dos sepultamentos.

Existe uma curiosa tradição funerária praticada por alguns na Guiana, onde moro. No dia do funeral, alguém compra e traz um frasco de perfume ou colônia que pulveriza no corpo deitado no caixão. Eles deixam a garrafa dentro ou sobre o caixão e, à medida que outras pessoas se aproximam, cada uma pega a garrafa e pulveriza parte da fragrância no corpo. Não sabemos como essa tradição começou ou qual é a base ou crença associada a ela. A pesquisa está em andamento.
Perfumar o corpo para o enterro, no entanto, não é algo peculiar à Guiana, ocorre em muitas outras tradições e lugares ao redor do mundo, e em uma variedade de culturas e religiões.

Na época de Jesus, havia uma tradição funerária em que o corpo era ungido com óleo perfumado como parte da preparação para o embalsamamento. Quando o corpo de Jesus foi retirado da cruz, João 19: 39-40, vemos que Nicodemos organizou uma mistura de especiarias perfumadas e preparou o corpo de Jesus de acordo com os costumes da época.

O enterro de Jesus, seu julgamento e sua sentença, foram pegos entre dois sistemas legais, dois sistemas de crenças e duas tradições. Havia os judeus e os romanos. O enterro de Jesus foi ainda mais complicado pelas questões relacionadas ao enterro de criminosos executados.
Para os romanos, os ritos funerários concedidos a uma pessoa eram em parte uma função do status dessa pessoa na sociedade. No início da época dos romanos, o corpo era lavado e exibido, antes da cremação. Em épocas posteriores, incluindo a época de Jesus, os romanos já usavam o sepultamento.

Os romanos, no entanto, recusavam o direito ao enterro aos criminosos condenados. Isso complicou a questão para Jesus. Os criminosos crucificados eram frequentemente deixados apodrecerem em suas cruzes como um alerta aos possíveis futuros criminosos.

Alguns acreditam que o Gólgota, o local da caveira, João 19:17, recebeu esse nome por causa dos crânios e ossos que eram restos de criminosos executados.

A única saída para Jesus foi que aparentemente os Romanos, estavam abertos, especialmente na véspera de datas especiais, permitir que familiares levassem e enterrassem os corpos do criminoso crucificado, em vez de deixá-los à mercê de pássaros carniceiros.

Jesus era judeu e os judeus estenderam o direito a um enterro adequado a todos, incluindo criminosos. Essa tradição pode ser vista por todo o Antigo Testamento e parece estar enraizada em Deuteronômio 21: 22-23. No entanto, havia limitações quanto à extensão dos direitos e privilégios funerários para o condenado executado.

Os desanimados e aterrorizados discípulos e familiares de Jesus desapareceram quando Ele morreu, e o corpo foi deixado na cruz ao sol das três horas da tarde. Os Romanos, de acordo com suas leis e tradições, teriam deixado Jesus ali para apodrecer ao sol e servir de alimento para os pássaros. Os judeus, no entanto, agora que seu atormentador estava morto, estavam bastante abertos à observarem a lei judaica e pediram que fossem tomadas medidas para que os corpos fossem retirados antes do sábado, João 19:31.

É aqui que José de Arimatéia e Nicodemos aparecem, aproveitam a oportunidade e, por assim dizer, salvam o dia. Um deles tinha que pedir o corpo de seu parente e o outro tinha que ter as espécies prontas para o ritual do enterro a ser realizado. Com a pouca ajuda disponível foi o máximo que eles podiam obter no tempo que faltava antes do sol se por.

O ritual mesmo incompleto não importava, porque, quando as mulheres tiveram coragem e voltaram para terminar o trabalho no domingo de manhã, Jesus já havia ressuscitado e deixado a tumba, Lucas 24: 1.

Milhares desses mortos do COVID-19, não apenas os não reclamados, serão sepultados sem suas tradições funerárias, quaisquer que sejam. Muitos que podem reivindicar seus mortos são incapazes de realizar os rituais e tradições de qualquer maneira por causa das regras de distanciamento social. É difícil não dizer adeus da maneira que estamos acostumados As tradições funerárias costumam contribuir para a despedida desses entes queridos. Para milhares de famílias, isso não ocorrerá por pelo menos uma geração.

Nossa tarefa é compartilhar a experiência da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus com todos os afetados pelo COVID-19. Devemos compartilhar isso especialmente com os familiares dos falecidos. Pois, no final, sabemos que poderíamos abandonar os rituais e tradição se tivéssemos um relacionamento com o Jesus ressuscitado, que foi pego entre tradições.

Pense nessas coisas:

  1. Quais são os rituais de enterro em sua cultura?
  2. Você conhece alguém que morreu de COVID-19?
  3. O que você diria amanhã aos familiares de quem morreu de COVID-19?

Foco da oração:
Oremos hoje para que aprendamos a ignorar as tradições e a compartilhar Jesus.

Em Sua Graça
Pastor Alex

Traduzido por: Giordanni de Carvalho

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